quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os Impactes do Turismo

O turismo é uma indústria que se serve de recursos naturais e de recursos criados pelo homem entre estes os recursos culturais. Tratando-se de um sistema dinâmico, o turismo actua sobre os recursos que lhe servem de suporte, desenvolvendo-os, alterando-os, modificando-os e, por vezes destruindo-os. Os resultados destas interacções designam-se por impactes do turismo. Estes podem ser positivos ou negativos, e visíveis a curto e/ou a médio e longo prazo. Deve-se compreender também que o turismo se desenvolve de maneira diferente consoante os agentes que nele intervêm (procura, oferta, intermediários, território), pelo que modelos de desenvolvimento turístico similares, aplicados em regiões diferentes podem dar lugar a impactes muito distinto. Por outras palavras, as recomendações turísticas sob a forma de "receitas turísticas" são falíveis.

domingo, 24 de julho de 2011

Desenvolvimento económico vs turismo

O crescimento do turismo está, profundamente ligado ao crescimento económico e à melhoria das condições de vida e do bem-estar social.

Com efeito, o aumento da riqueza real dos países industrializados na última metade do século XX traduziu-se num progressivo crescimento do número de pessoas que gozam férias, tendência essa que começa a generalizar-se também nos países em desenvolvimento à medida que sobe o rendimento médio per capita.

Naturalmente que as populações dos países em desenvolvimento, à medida que vêem aumentar o seu rendimento disponível, sentir-se -ão tentadas a encetar um certo conjunto de gastos que, por não incidirem na satisfação de necessidades primárias, não constavam anteriormente do seu padrão de consumo. Aí se incluem os gastos em turismo, tal como em outros bens na área do lazer.

Esta tendência passa-se também, numa outra escala, nos países desenvolvidos, onde os acréscimos de rendimento disponível bem como outros efeitos do desenvolvimento económico, tais como o aumento do tempo livre - aumentam o potencial da procura turística.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

II - Colóquio Internacional: Património, Turismo e Desenvolvimento


No próximo dia 19 de Julho vai decorrer na cidade de Mêda no Auditório da Casa Municipal da Cultura, sobre a temática "Património, Turismo e Desenvolvimento", com diferentes abordagens: A Cultura e o Desenvolvimento Regional, O Papel do Património Arqueológico nos Projectos de Desenvolvimento, Os Museus e o Turismo nas Políticas Públicas.

Um momento de excelência para o debate e reflexão entre os diversos intervenientes deste evento e público-alvo, nomeadamente, formadores, investigadores, profissionais da administração de bens culturais, empresas de gestão e agentes políticos visualizando o património como uma área de estratégia para o desenvolvimento local e regional.

Esta iniciativa do Instituto Piaget em parceria com a Câmara Municipal de Mêda.



domingo, 10 de julho de 2011

Números do interior do país

Segundo dados preliminares dos censos de 2011, a população portuguesa aumentou nos últimos dez anos, contando agora com 10.555.853 residentes no país.

Uma tendência invertida, aquando abordamos as regiões do interior do país, sendo disso exemplo o distrito da Guarda, que perdeu 19 mil habitantes no período de 1991 e 2011, uma perca, registada em todos os concelhos deste distrito. O concelho de Trancoso regista menos 935 indivíduos (9.954habitantes), uma tendência acentuada, no município de Mêda perdeu 1.076.

Números que acentuam o grande desafio que as áreas rurais enfrentam, nomeadamente a desertificação e do envelhecimento e das baixas qualificações das pessoas.

Porém, as dificuldades dos territórios de baixa densidade contrapõem-se as enormes potencialidades que podem ser aproveitadas para a criação de emprego e de valor, sem colocar em causa a sustentabilidade local.

sábado, 18 de junho de 2011

Festa da História em Trancoso



Nos próximos dias 25 e 26 de Junho realiza-se na Aldeia Histórica de Trancoso mais uma Festa da História - Bodas Reais. Um evento, organizado no interior do centro histórico e, que, conta com diversos espaços e momentos de diversão: desde as tendas de artesanato aos comes e bebes, animação musical, desfiles e rememoração do casamento real de D. Dinis e Isabel de Aragão que decorreu em 1282.

Uma actividade de rompe com o silêncio desta aldeia histórica e anima a vida dos habitantes e visitantes! Um caso, que devia ao longo do ano se multiplicar, por esta e todas as aldeias históricas quebrando uma monotonia que caíram estas "aldeias". Sendo, que, muitas das vezes bastava, uma maior envolvência das entidades locais e comunidade no planeamento e execução de múltiplas actividades, sem grandes custos monetários, contribuindo, para o desenvolvimento local participado.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Praia artificial em Mangualde


Live it Well Events, player nacional no sector da organização de eventos, acaba de inaugurar o seu mais recente projecto – LiveBeach. Uma praia artificial em Mangualde, Portugal é o primeiro País da Europa a avançar com este conceito totalmente diferenciado e ímpar.
As apostas estratégicas da Live it Well passou em fazer o que nunca foi feito e trazer para Portugal conceitos pioneiros e originais. O LiveBeach acabou de concretizar algo à partida impossível: criar uma praia onde não existe.

sábado, 14 de maio de 2011

Turismo um sector incontornável nas opções de política económica

O Presidente da República considera o turismo como um “sector incontornável nas opções de política económica” de Portugal, sublinhando a importância do investimento privado nessa área.

“O turismo é um sector incontornável nas opções de política económica do nosso país, pelo emprego que gera, pelo contributo que dá para a redução dos desequilíbrios das nossas contas externas e tendo em atenção a nossa capacidade competitiva nessa área, pelas potencialidades que dispomos para poder atrair os visitantes”, afirmou o chefe de Estado.

Apontando o reforço do investimento competitivo e da promoção da recuperação económica assente na geração de mais receitas externas e na criação de mais emprego, Cavaco Silva sublinhou a importância da iniciativa privada em investimentos.

Para Cavaco Silva são os empresários e a iniciativa privada que conhecem “as potencialidades e as oportunidades” e que têm “energia para ultrapassar os obstáculos que surgem no caminho”, redes de contactos e conhecimentos nos mercados externos.
Cavaco Silva fez ainda referência ao “crescimento significativo” no sector do Turismo que é esperado para este ano, quer em termos de receitas, quer em número de visitantes, e que poderá ajudar a recuperar da queda registada em 2009.

domingo, 1 de maio de 2011

Recessão económica versus turismo

Portugal encontra-se a passar por uma fase de forte recessão económica, com fortes implicações sociais em termos de desemprego. Crescer, em termos de exportações, aumentar o número de postos de trabalho e modernizar o tecido empresarial, com empresas e organizações modernas, tecnologicamente avançadas e preparadas para os desafios da competitividade, são algumas das áreas com que a economia Portuguesa se vê confrontada.

Neste contexto complicado da economia Portuguesa, o sector do turismo pode vir a desempenhar um papel determinante na alavancagem da economia Portuguesa, e contribuir decisivamente para o seu crescimento económico, desenvolvimento social e modernização do país. O Turismo, devido ao seu papel crucial em termos de aumento das exportações, de interacção social com pessoas de outros países, e devido a ser um sector de "trabalho intensivo" e não de "capital intensivo", pode vir a introduzir uma forte acção de aceleração da economia Portuguesa.

Mas também para que isso aconteça o sector precisa necessariamente de se modernizar, de se tornar nacional e internacionalmente competitivo e ajustado ao novo mercado das "viagens do turismo" que aí se avizinha.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O mercado turístico

No mercado turístico, tal como em qualquer outro, há que compreender como funcionam as forças em presença - oferta e procura - acrescento, contudo, no caso particular do mercado turístico, que a existência de alguns comportamentos singulares, quer do lado da oferta, quer do lado da procura, obrigam a uma mais atenta consideração das respectivas funções oferta e procura em causa.
No seio nuclear de uma família, considerada enquanto unidade de consumo, o "turismo" é apenas um dos inúmeros bens e serviços integrantes do seu cabaz de consumo. Na verdade, o consumidor, por estar sujeito a uma restrição orçamental, faz escolhas de consumo que são também renúncias, ou seja, por cada escolha que faz, o consumidor incorre num custo consumo (de outro bem) que não pode ser realizado porque o seu rendimento é finito (restrição orçamental).

O consumidor, enquanto agente económico, tem assim um cabaz de consumo que incorpora todas as suas escolhas, onde aplica o rendimento auferido. Essas escolhas são reveladoras da sua função de preferências, estando entre elas - ou não - produtos turísticos.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

I Encontro de Associações do Concelho de Mêda



Nos próximos dias 16 e 17 de Abril, irá decorrer o I Encontro de Associações do Concelho de Mêda, um evento a realizar-se na Nave de Exposições (Mercado Municipal).

Uma iniciativa da Câmara Municipal de Mêda em parceria com a Associação de Pesca Desportiva e Competição do Concelho de Mêda e o Motoclube de Mêda.

Esta acção tem como objectivo incentivar o convívio entre as Associações e a população do concelho, bem como a exposição, divulgação e demonstração das actividades desenvolvidas por estas entidades.

Uma iniciativa que conta com a participação da Associação de Desenvolvimento Local Terras da Beira no Seminário Temático: Associativismo como Promotor de Dinamização Territorial, com a abordagem de "Novos Objectivos, Métodos e Instrumentos...Um futuro para as ADL’s" (Paula Reis - Presidente da ADL Terras da Beira) a par de um stand promocional de produtos regionais e artesanato.

terça-feira, 22 de março de 2011

Turismo Rural VS Desenvolvimento Rural

O Turismo Rural constitui, quando bem estruturado, uma actividade de considerável importância no desenvolvimento económico e social do país, que se quer cada vez mais forte e coesa, com reflexos visíveis ao nível do desenvolvimento local.
O Turismo Rural apresenta-se, também, como uma óptima contribuição no combate ao êxodo rural, um fenómeno que constitui um flagelo para a desertificação do Interior e meios não urbanos.
O desenvolvimento do Turismo Rural, constitui para os municípios do interior, sobretudo os de montanha, sendo áreas deprimidas ou fragilizadas, uma oportunidade importante como forma de estabilizar, criar empregos e conseguir a revitalização da economia local pela potenciação de um conjunto de serviços que, directa ou indirectamente, são accionados, como alojamento, o comércio tradicional, o artesanato e a gastronomia.
Pode-se, assim, afirmar que o turismo rural não só é um contributo para a qualidade de vida das populações urbanas, mas também uma possibilidade para a sobrevivência de determinadas zonas rurais. As políticas de desenvolvimento rural assumem um papel fundamental no progresso coerente e sustentável das zonas rurais.

domingo, 13 de março de 2011

Os nossos espaços rurais...


A situação de declínio que se verifica em muitos espaços rurais, sobretudo em zonas periféricas resulta da perda de capacidade competitiva das actividades tradicionais e de políticas de desenvolvimento regional ineficazes. Isso reflecte-se na perda e no envelhecimento demográfico, no empobrecimento económico, no abandono de actividades agro-silvo-pastoris, com consequente deterioração do património cultural, natural e paisagístico.
A perda de competitividade de muitos espaços rurais ficou a dever-se à introdução de novos factores de produção na agricultura, promovidos por políticas públicas de incentivo, como é disso exemplo a PAC. Estas mudanças provocaram mudanças nos espaços rurais, pois a produção em massa e a consequente descida dos preços estiveram na origem das actuais tendências, sobretudo nos territórios onde os factores naturais e humanos não permitiram assegurar os necessários níveis de competitividade. As actuais políticas de desenvolvimento pugnam pela diversificação de actividades e pela multifuncionalidade dos espaços rurais. A estratégia de diversificação económica, as políticas de desenvolvimento inspiram-se num modelo territorialista, que assenta na rentabilização das potencialidades endógenas e num maior envolvimento das entidades locais no processo de desenvolvimento.

terça-feira, 8 de março de 2011

Novos produtos turísticos

O turismo deve ser entendido na perspectiva de que não existe produto turístico, mas sim uma grande variedade de serviços que concorrem para a satisfação do turista. Sendo neste, sentido que o investimento na oferta turística deverá ser realizado com o intuito de deixar satisfeitos todos aqueles que usufruem dos seus serviços.
O turista, como consumidor que é, cada vez mais exigente, e procura serviços que correspondam às suas necessidades, motivações e desejos.
Deseja obter o maior proveito e utilidade do seu tempo e do seu dinheiro, isto é, procura acima de tudo satisfação pessoal, onde são fundamentais a animação, diversão, o descanso e o exercício físico.
As motivações do turista de hoje assentam essencialmente em novos interesses "não-materiais", como a cultura, a natureza, a aventura e o lazer. Actualmente existe a necessidade de fugir ao quotidiano, de sentir-se importante como indivíduo, de reencontrar-se com algo perdido, a Natureza, que juntamente com o interesse de ocupar o tempo livre de uma maneira activa, criativa e com uma certa dose de aventura, obriga a procurar actividades novas.
O território português é um espaço reconhecidamente diversificado, possibilitando a criação de um leque bem variado de alternativas ao turismo tradicional e massificado, que não podem deixar de ser desenvolvidas.
Não devem deixar de ser desenvolvidos, porque os objectivos de qualquer região que pretenda ser uma referência turística, deve ser: afirmar-se como destino turístico; aumentar o número de turistas; aumentar o tempo de estadia; elevar o gasto médio do turista; diminuir a sazonalidade; melhorar o profissionalismo e afirmar uma cultura de hospitalidade; aumentar o emprego em actividades relacionadas com o turismo.
Para alcançar estes objectivos, é necessário apostar em melhorar, sem dúvida nenhuma, a qualidade e diversificar a oferta.
Algumas regiões, nomeadamente as do interior, pelas suas especificidades, têm de se afirmar como destinos turísticos alternativos, pois possuem capacidade de oferta reduzida no contexto da oferta concorrente (sol e praias), não podendo e não devendo por isso competir pela quantidade mas sim pela qualidade.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Desenvolvimento Local & Turismo

Nos últimos anos a ruralidade sofreu algumas contrariedades, que alteraram a sua estrutura e todo o seu processo de desenvolvimento. Perante esta constatação é fundamental, no século XXI, preconizá-la através de processos de desenvolvimento “bottom-up” adequados à especificidade dos locais, em que não existe um único processo de desenvolvimento, mas tantos quantos os locais existentes. Sendo, difícil traçar uma definição do conceito de desenvolvimento local, pela variedade de experiências existentes, tornando-se impossível integrar todas as experiências apenas num conceito, pois é um processo de transformação e mudança. Considero, que, parte da existência de necessidades não satisfeitas a que se procura responder, antes demais a partir das capacidades locais mas articulando-as com os recursos exógenos numa perspectiva de fertilização mútua. Numa lógica integrada, que deve ser construída com a participação das populações locais e dos seus actores, os quais poderão definir melhor que ninguém quais os seus principais problemas, que estratégias adoptar e operacionalizá-las, conjugando a mobilização dos seus recursos endógenos e o estabelecimento de parcerias entre os diferentes actores locais. Assim, se passa também com o turismo que constitui uma forma de aproveitamento dos recursos próprios do território, assumindo-se como uma das actividades que melhor pode aproveitar os recursos dos territórios e constituir-se num importante factor de desenvolvimento, dependendo das especificidades de cada região e da maior ou menor relevância que lhe é atribuída.
Sendo necessário, prestar bastante atenção com a actividade turística, na medida em que as possibilidades não são idênticas para todas as regiões e, por essa razão, nem todas podem basear no turismo o seu desenvolvimento. Para algumas o turismo assume uma importância vital, para outras é um factor de desenvolvimento e para outras, ainda, constitui um mero co-adjuvante, com maior ou menor expressão consoante as condições existentes.

terça-feira, 1 de março de 2011

O sector leiteiro na região

Portugal, país de constrastes, mas de uma regularidade atroz no lugar que ocupa em relação aos países europeus no aspecto de produção de leite, produz uma quantidade ridícula deste produto, colocando-se nos últimos de Europa o que se traduz na capitação anual no atraso da nossa artesanal indústria de lacticínios, salvo pequenas excepções.
Esta decrépita situação deve-se em muito às improvisações e caprichos duma política leiteira que nunca existiu e por isso mesmo foi seguida durante anos pelos seus "mentores".
Cabe aqui citar que a Beira Interior foi orientada nessa política leiteira, assim dever-se-á aproveitar melhor a Cova da Beira e afluentes com vista ao aumento do efectivo leiteiro.
Mas fica a seguinte pergunta: o que irá suceder ao que resta do sector de leite da região nos próximos anos?

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As TIC no território

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) constituem um recente e importante factor de competitividade territorial. As TIC moldam e estruturam o território, estabelecendo vantagens comparativas entre territórios, em função não apenas do acesso às infra-estruturas físicas que lhes estão associadas, mas também do acesso aos serviços que suportam a sua utilização e aos serviços que nelas são suportados. Verifica-se uma tendência para o surgimento de novas economias de aglomeração determinadas pelas TIC, a qual, em certa medida, parece contrariar a noção geral que aponta para uma maior flexibilidade nas opções de localização das actividades por via da maior facilidade de comunicação e acesso à informação.
As TIC vieram simulataneamente criar novas possibilidades para o desenvolvimento das acções de governação territorial, proporcionando à administração, aos cidadãos, às empresas e às demais organizações representativas de interesses, condições de participação nos processos territoriais até há pouco tempo ainda insuspeitas.
Consciente desta forte relação com o desenvolvimento do território e dos novos desafios que as TIC colocam à sua organização e à sua gestão.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Desenvolvimento e Crescimento

Apesar do conceito de desenvolvimento diferir do de crescimento, as relações entre eles são tão fortes e estreitas que a tarefa de os distinguir acaba, por se tornar, difícil.
Da associação destes dois conceitos, resultou uma consequência, que se traduziu na utilização sistemática de indicadores de crescimento económico para aferir e qualificar o nível de desenvolvimento dos países. Indicadores que por sua vez, ficam muitas das vezes aquém daquilo que é desejável medir, por si próprio o crescimento que do meu ponto de visto é uma medida equívoca de desenvolvimento, indo de encontro com muitos dos estudiosos ao acrescentar que o crescimento é amoral. Pense-se, por exemplo, que tanto, a produção de armas como a de bens de alimentação ou vestuário contam identicamente no cálculo daquele indicador. Tão pouco é possível distinguir entre a produção de bens que se destinam à satisfação imediata das necessidades dos consumidores e a daqueles outros que entram de novo no circuito produtivo e vão servir, a médio ou longo prazo, de multiplicador de riqueza. Mesmo entre os bens de consumo, nenhuma distinção é feita entre os bens que vêm ao encontro de necessidades fundamentais e os que se dirigem antes à satisfação de necessidades consideradas supérfluas ou sumptuárias.
O crescimento, onde ocorreu, foram poucas as vezes que conseguiu resolver os reais problemas sociais urgentes e passou demasiadas vezes ao lado da grande massa da população nos países desenvolvidos. Provocando um acentuar das disparidades económicas, não contribuindo para combater problemas como o desemprego, má nutrição, doença e más condições de trabalho. Afirmando que o crescimento económico tem servido, na maior parte, para agravar problemas e tensões sociais.
Assim, na junção de conceitos, muitas vezes encarados como sinónimos, provieram consequências. Num primeiro ponto, ao considerar o crescimento económico como uma condição suficiente do desenvolvimento, de que dependiam as melhorias de bem-estar da população, a todos os níveis e, num segundo momento, a utilização sistemática de indicadores de crescimento económico, essencialmente o rendimento per capita, para classificação dos países ao nível de desenvolvimento.
Contudo, embora estes dois conceitos partilhem do mesmo objectivo principal – a promoção do bem-estar das populações através da criação de riqueza, são contudo, díspares no que se reporta à forma e aos meios utilizados para o alcançar.
Termino indicando uma das diferenças entre os dois conceitos, pois, partilho da opinião de vários estudiosos que o crescimento é meramente instrumental e só o desenvolvimento é fim.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O meio ambiente e os factores de produção que o integram

O queijo da Serra nasce e é produto nobre da pastorícia. Separar o queijo da serra da pastorícia e ambos do contexto da montanha que lhes dá vida, e uma obra tão delicada e perigosa como a de transferir para uma qualquer metrópole um aborígene do Alto das Amazonas. Pastorícia que corresponde a um complexo sistema ecológico com toda a sua harmonia e razão de ser das coisas. Harmonia, que não pode ser quebrada de ânimo leve, e por isso, ao tentar acompanha-la de ânimo leve, no sentido de a reforçar, de a preservar de influências negativas e de, sensitivamente, a ir ajudando a absorver as conquistas do saber científico e tecnológico, torna-se forçoso que, acima de tudo, se compreenda inteligentemente e sociologicamente o porquê das coisas, fazendo o possível por estas absorverem o que lhes vem de fora, e não que os polos da civilização as destruam, substituíndo-as por sistemas inadaptadas e de frontal irreverência a valores sagrados, em nome, afinal, de nada ou, se quiserem, de uma arrogante e ignorante inconsciência.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O processo de Desenvolvimento Local

O processo de desenvolvimento preconiza que cada espaço social de forma autónoma e participada deve assegurar uma relação aberta com a região onde se insere em que o respeito pelas especificidades, necessidades e capacidades próprias são condição essencial.
Trata-se da possibilidade das populações poderem expressar uma ideia de futuro num território visto de forma aberta e flexível, onde esteja ausente a noção de espaço como fronteira, executando acções que possam ajudar à (re) contrução desse futuro. Em termos de objectivos, seria promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas, bem como aumentar os seus níveis de auto-confiança e organização.
a implementação de políticas conducentes ao desenvolvimento diferem consoante a zona geográfica em que ocorre, pelo que importa conhecer os diferentes problemas e oportunidades de cada país, região ou localidade, em particular, não havendo receita nem modelo que possa transitar de um processo a outro sem adequação ao contexto local, as acções concretas de desenvolvimento não podem ser desenhadas e implementadas de forma abstracta. E, como tal, o diagnóstico e as respostas locais tomam formas diferentes em cada território em função das suas condições específicas, dos seus recursos (naturais e humanos), da abertura da economia local, da sua especialização produtiva e da sua capacidade de organização, ou seja, os processos de desenvolvimento local têm por base o território e a identidade cultural do local e baseados na valorização dos recursos locais nas suas diferentes formas. São evolutivos, podem e devem ser ajustados em andamento. O investimento na reanimação das capacidades locais é um elemento fundamental do desenvolvimento local. Este investimento passa por estratégias diversas, que implicam um reforço e consolidação de parcerias entre agentes oriundos do exterior e agentes dinâmicos do interior de uma dada zona.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Desenvolvimento regional como via de solução do desemprego

A existência de recursos materiais e humanos disponíveis e a utilização combinada de ambos é indispensável ao desenvolvimento equilibrado de uma região.
Assim, se, num dado momento, a economia dessa região deixa de absorver, de forma produtiva, parte significativa dos recursos humanos que nela se geram, torna-se, socialmente, necessário a criação e aproveitamento produtivo de novas formas de riqueza, sob pena de quebra do seu próprio equilíbrio.
Historicamente, não tem sido todavia, pela elevação do nível de emprego e desenvolvimento económico regional que tal equilíbrio, em regra, se tem logrado ou restabelecido, nas regiões interiores do país, como seria desejável, mas sim pelo fluxo espontâneo do melhor dos seus recursos humanos e até financeiros para as zonas, já desenvolvidas do país e do estrangeiro.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Práticas e lugares....

O turismo, forma de ocupação dos tempos livres, tempos libertos do trabalho, dos cuidados pessoais e das obrigações familiares e sociais, é hoje considerado um direito, quase uma necessidade básica, vital, entre as populações do mundo ocidental desenvolvido. Estas dispõem para tal de níveis de rendimentos elevados, tempos de trabalhos reduzidos, férias anuais e feriados pagos, por vezes também subsídios de férias, facilidades de deslocação e de circulação, segurança social, acesso a informação e a ofertas turísticas múltiplas e diversas. Por outro lado, tais populações são portadoras de valores culturais de liberdade individual, de democratização, de "direito à preguiça", ao repouso e ao prazer, de encontro com o Outro e reencontro consigo próprias, de realização pessoal, de descanso, recreio, evasão, animação e até mesmo de sonho e ilusão, de aventura, de busca do tido como autêntico , insólito, único....e, também, direito de vazio, de isolamento e solidão, mesmo se no meio de multidões desconhecidas e anónimas.
O turismo exprime, com efeito, uma nova relação com o tempo, com o espaço, com os lugares e com o corpo, novas estruturas e relações sociais, essencialmente efémeras, novas liberdades, incluindo a de escolha dos lugares de vida, mesmo se temporários. Assim se criam novas oportunidades regionais e locais e se alimentam novas dinâmicas de desenvolvimento.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desenvolvimento Local

O Desenvolvimento Local aparece como uma consequência da ineficácia e desadequação de políticas económicas. Aparece, de dentro para fora, por necessidade das comunidades rurais situadas à margem das grandes políticas económicas, aparentemente sem possuírem os recursos necessários ao desenvolvimento, pelo menos segundo o sistema económico que os define e que determina o seu valor e, com o objectivo de evitar/combater a marginalização e o declínio a que são condenadas.
O Desenvolvimento Local é sobretudo uma forma de pensar e de abordar as questões de desenvolvimento. É um processo dinâmico, alimentado por atitudes e comportamentos focados em acções. Os próprios actores de desenvolvimento local são os seus beneficiários, não havendo receita nem modelo que possa transmitir de um processo a outro sem adequação ao contexto local.
Os processos de desenvolvimento local têm por base o território e a identidade cultural do local e são baseados na valorização dos recursos locais nas suas diferentes formas. São evolutivos, podem e devem ser ajustados em andamento.
Nesta visão de desenvolvimento local, a melhoria das condições económicas da população sendo uma das partes integrantes do processo e um dos seus objectivos, é importante. Mas é igualmente importante a participação e consciencialização dos elementos da comunidade e do exterior num processo e de estabelecimento de relações.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A participação das populações no desenvolvimento regional

Tem havido nos planos omissões graves, a mais importante das quais é a falta de um exame sistemático dos objectivos de uma participação ampla no processo de adopção das decisões contidas nos planos.
A participação das populações no processo de planeamento do desenvolvimento é hoje reconhecida pela comunidade internacional como indispensáveis para um adequado reconhecimento e utilização dos recursos disponíveis.
Na verdade, os eventuais custos decorrentes dessa participação são largamente superados pelos benefícios. De entre estes salientamos os resultantes de uma maior igualdade, da protecção do ambiente e dos recursos locais, de um aumento da produtividade, de mais e melhor informação, de uma redução de tensões e conflitos e da legitimidade das decisões tomadas.
Esses benefícios serão tanto maiores quanto melhor soubermos adequar o grau e formas de participação às situações concretas. Neste domínio não existem receitas universais facilmente transpostas de um lado para o outro. No entanto, entendemos que a participação deverá basear-se nos princípios de não discriminação, ser tão ampla quanto possível, efectuar-se a todos os níveis e em todas as fases do processo de planeamento.
Efectivamente, se considerarmos o planeamento regional como um processo interactivo, isto é, como um sistema em que as várias componentes se encontram interligados de forma dinâmica teremos que admitir a participação activa das populações programadas e metas a atingir, avaliação e escolha das propostas a executar, execução, controle de execução e avaliação de resultados.
De facto, para obter o máximo benefício da participação popular é essencial que esta não se limite a uma participação passiva na execução dos programas ou a uma simples auscultação (aliás nem sempre feita) sobre os seus problemas. É também necessário envolver as populações na tomada de decisões e formulação de soluções e metas a atingir.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Regionalização - Que debate?

O problema da regionalização e do desenvolvimento regional constitui, hoje, um dos principais desafios políticos que se deparam à democracia portuguesa. Com efeito, as opções que se torna imperioso tomar, em matéria de política regional, envolvem escolhas políticas com implicações fundamentais em campos tão importantes como os da realização prática do princípio da igualdade de direitos e de oportunidades entre os cidadãos portugueses, do papel de organização do Estado e da distribuição do poder e da capacidade de decisão entre os diversos níveis de decisão política e administrativa que o constituem.
Na minha opinião, é necessário um debate nacional sobre o poder local e regional, e poderia ser muito útil no sentido de divulgar informação de base sobre cada uma das regiões, contribuindo para clarificar as soluções possíveis aumentando a capacidade de análise crítica e da participação consciente de generalidade dos portugueses. De facto, a grande maioria dos portugueses não tem suficiente informação sobre o tema, quer porque não existe tradição regionalista no nosso país (foi sempre asfixiada e não consentida pelo antigo regime), quer porque mesmo depois do 25 de Abril, o discurso político utilizado (pela generalidade dos partidos e homens políticos) não tem sido suficientemente claro e concreto, para poder ser informativo e formativo. Não se entenda que não há condições sócio-culturais para que funções administrativas, de planeamento e tomada de decisão possam ser assumidas a nível regional. Antes pelo contrário, e a prová-lo está a extraordinária resposta dada por milhares de autarcas, de todos os partidos, que são o suporte dinâmico de um sistema novo de gestão municipal, surgido depois de décadas de asfixia e controle exercido pela administração central, em que não foi possível ganhar experiência e controle exercido ela administração central, em que não foi possível ganhar experiência de gestão, com autonomia e responsabilidade.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Criação de ADLs

O número de ADLs a nível do pais, tomando como referência os dados da ANIMAR, editados no Guia das Iniciativas de Desenvolvimento Local, é de cerca de 400 entidades que, de uma ou de outra forma, se integram num conceito amplo de Desenvolvimento Local.
Podemos constatar que é nos anos 90 que muitos cidadãos e agentes locais "acordam" para as questões do desenvolvimento local. Aliando este factor à oportunidade criada pelo acesso a recursos financeiros para a execução de projectos, encontraremos as duas razões que deram origem à criação de ADLs. Assim, a constituição de associações e entidades vocacionadas para uma intervenção no local está associada a necessidades detectadas a determinadas oportunidades em cada momento. Se numa primeira fase, estas ADLs foram criadas apenas em territórios rurais, com o acentuar dos problemas de exclusão social começaram a nascer ADLs nos territórios urbanos mais fragilizados.
Uma última nota é para os períodos em que maior número de associações foram constituídas coincidem com o ano anterior à entrada em vigor de um novo Quadro Comunitário de Apoio (1989 e 1994), sendo responsáveis por parte significativa deste crescimento as Associações criadas para gerir o Programa Leader I e Leader II.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O movimento associativo

Do meu ponto de vista o movimento associativo está a perder pelo facto de não ter um estatuto, que sirva para reclamar direitos. Penso que o estatuto não invalida a criatividade e a diversidade.
As associações não conseguem viver sem programas, isso é uma evidência, porque a nossa sociedade é pobre, não consegue alimentar o movimento associativo, e devia haver talvez um maior empenho da sociedade e da comunidade no seu movimento associativo, mas é sabido quanto é que custa arrancar, por vezes, uma quota a um sócio no decorrer do ano civil.
Há esse problema de não haver sensibilização para alimentar o movimento associativo e daí a necessidade de questionar o Estado. Mas é sabido que há outros países em que o movimento associativo é mais bem tratado e são dados às associações recursos mínimos indispensáveis à sua sobrevivência, logo, penso que é muito importante este relacionamento e é preciso defini-lo. Penso que o estatuto pode vir a enriquecer a definição dessas situações, quais são as relações com o Estado e qual o orçamento que o Estado deve contemplar como verba para o associativo, coisa que agora, que saibamos, não existe e sabemos muito bem as consequências disso, quando a associação não dispõe de gestão de programas e põe-se já o alarme de quando os programas comunitários acabarem o que é que o movimento associativo vai fazer.
Penso que não devemos confundir a necessidade do movimento associativo com a oportunidade de gerir programas comunitários, de aproveitar estas oportunidades para injectar no desenvolvimento esses recursos, e confundir as duas coisas é perigoso para o movimento associativo.

Economia do queijo da serra

A produção de queijo da Serra constitui a principal especialização natural de toda uma zona, centrada na Serra da Estrela que é tradicionalmente solar da ovelha e que, dentro da região da Beira Interior. A importância da economia do queijo da Serra é muito significativa, contudo, não estão ainda aproveitadas todas as potencialidades económicas e sociais da produção do queijo da Serra que, mantendo as suas caracteristicas e qualidades artesanais constitui um produto único no mundo para o qual não falta mercado quer interno, quer externo. De facto, as perspectivas de exportação são as melhores e são facilitadas com a adesão à União Europeia.
Importa salientar que, nos últimos anos, o Parque Natural da Serra da Estrela e outras entidades, tem promovido um conjunto de acções de apoio, quer dirigidos à produção e valorização do genuíno queijo da Serra, quer tendo como objectivo principal dinamizar a promoção social e cultural dos pastores e as suas famílias. Salientam-se as feiras-concursos de queijo, os concursos de cabras e carneiros e de cães da serra. Estas realizações têm sido preparadas através do diálogo franco entre técnicos e os artesãos do queijo e têm decorrido em clima de festa, onde a cultura viva do povo pastoril se tem evidenciado de múltiplas formas: folclore, usos e costumes, roupas e utensílios - sendo patente em todos, a forte solidariedade humana e social do povo pastoril.


Em termos futuros, se não existir um programa de desenvolvimento rural integrado, acentuar-se-ão as seguintes linhas de tendência: continuação da redução dos efectivos ovinos e caprinos; envelhecimento populacional, não compensada com a fixação de jovens produtores; não aproveitamento das potencialidades existentes quanto as pastagens dada a fuga das pessoas dos locais mais isolados e de muito difícil acesso; diminuição da produção do Queijo da Serra genuíno; progressiva invasão da vaca, originando queijo de mistura, adulterando a qualidade do queijo; não renovação das queijarias, das palheiras, cortes e habitações, sendo abandonadas as antigas por não oferecerem condições mínimas do ponto de vista social e de acesso e; os concursos-feiras, poderão transformar-se mais em festividades folclóricas, cada vez menos integrados num processo produtivo e social global.


As perspectivas futuras, que terão um desenvolvimento bastante pessimista e negativo para a região, poderão ser contrariadas e corrigidas se forem tomadas algumas medidas, num caso ou outro agora referenciadas.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A recreação turística...

O turismo é hoje considerado um direito, quase uma necessidade básica, vital, entre as populações do mundo ocidental desenvolvido. Estas dispõem para tal de níveis de rendimentos elevados, férias anuais e feriados pagos, facilidades de deslocação e de circulação, segurança social, sobretudo decisiva na doença e na velhice, acesso a informação e a ofertas turísticas múltiplas e diversas. Por outro lado, tais populações são portadoras de valores culturais de liberdade individual, de democratização, de "direito à preguiça", ao repouso e ao prazer, de encontro com o Outro e reencontro consigo próprias, de realização pessoal, de descanso, recreio, evasão, animação e até mesmo de sonho e ilusão, de aventura, de busca do tido como autêntico, insólito, inédito, único...e, também, direito de vazio, de isolamento e solidão, mesmo se no meio de multidões desconhecidas e anónimas.
O turismo exprime, com efeito, uma nova relação com o tempo, com o espaço, com os lugares e com o corpo, novas estruturas e relações sociais, essencialmente efémeras, novas liberdades, incluindo a de escolha dos lugares de vida, mesmo se temporários. Assim se criam novas oportunidades regionais e locais e se alimentam novas dinâmicas de desenvolvimento. O turismo não é uma simples reacção às condições de vida das cidades, tidas por repulsivas por alguns - "engarrafamentos", barulhos, poluição, ambientes construídos - nem uma fuga e evasão compensatórias de modos de vida sentidos como alienantes, com ritmos quotidianos repetitivos e esgotantes.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O marketing de áreas-destino

O marketing tem o potencial de contribuir para uma melhor adequação entre oportunidades de mercado e vontades, recursos e competências existentes nos destinos, permitindo assim investir neste sector de forma mais inteligente, eficaz, eficiente e sustentável.
O marketing pode ser visto como uma orientação ou filosofia de gestão que prossegue os objectivos de uma organização através da satisfação do seu mercado-alvo.
Apesar de inicialmente ter sido utilizado somente no contexto de produtos e serviços, mostrar-se-á que pode ser perfeitamente aplicado a áreas-destino. Aliás, defende-se que cada área destino aplique, de forma mais ou menos consciente, ferramentas de marketing.
O marketing propõe, efectivamente, instrumentos que visam uma optimização da utilização dos recursos e das competências da entidade que o aplique, através da optimização da satisfação do mercado-alvo, o qual deve ser estrategicamente escolhido. Estes instrumentos são designados, na terminologia do marketing, como "4 P" (produto, preço, promoção, ponto de distribuição). O próprio produto, assim como o seu preço, devem corresponder, na medida do possível, às expectativas e aos desejos do cliente-alvo. A distribuição deve proporcionar uma óptima acessibilidade ao produto e a comunicação deve ser capaz de chamar a atenção do cliente-alvo e informá-lo sobre esta oferta optimizada. No geral, pode afirmar-se que este "Mix de Marketing" deve ser escolhido e trabalhado por forma a satisfazer o mercado-alvo seleccionando, melhor que a concorrência, e assim adquirir um posicionamento favorável e diferenciado do destino, garantindo o seu sucesso num contexto cada vez mais competitivo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Combate à Desertificação

A desertificação constitui um motivo real de preocupação para diversos países, entre os quais se encontra Portugal.
A ameaça de desertificação está hoje claramente associada às alterações climáticas. Mas a desertificação não pode ser entendida como um mero fenómeno biofísico. Está normalmente também associada à regressão demográfica e aos usos do solo. Estes vários factores interagem e agravam-se mutuamente nas suas consequências. Há por isso que encontrar formas de mitigar os efeitos dos dos fenómenos climáticos, adaptando as actividades humanas ao território e mantendo níveis e modos de utilização compatíveis com a conservação e valorização dos recursos naturais e territoriais. O combate à desertificação é, por isso, também um problema de ordenamento do território.
Os vários cenários prospectivos para a evolução das condições climáticas do País apontam, ainda que em grau diverso, para o risco de redução da produtividade do solo, com as consequências que daí advêm para a sustentabilidade das actividades económicas e para o povoamento do território. Além das áreas do País em que a desertificação já constitui uma ameaça identificada há várias décadas, outras há que normalmente não associamos a esse fenómeno mas que hoje também começam a estar em risco.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Conferência Temática






A direcção da Associação de Desenvolvimento Local Terras da Beira convida todos os interessados para a conferência temática, a realizar no dia 28 de Novembro, pelas 15:30, no Salão da Junta de Freguesia de Marialva.


A sessão contará com a presença da Socióloga Paula Reis (Universidade de Évora), que irá proferir a apresentação de um estudo científico levado a cabo durante o ano de 2009 e 2010, intitulado "Turismo, um caminho para o Desenvolvimento Local" - Circuitos Turísticos nas Aldeias Históricas de Portugal de Trancoso e Marialva.

domingo, 21 de novembro de 2010

Formação ambiental vs turismo

O turismo é uma actividade com inúmeras relações com o meio envolvente, sendo este último, simultâneamente, objecto da actividade turística e alvo directo e indirecto dos seus impactes. Muitos desses impactes advêm de um modelo de funcionamento que se afastou de princípios ambientais e de uma formação de profissionais que não contemplou suficientemente este tipo de aspectos.
De um modo geral, tem-se verificado uma alteração na forma de usufruto dos recursos ambientais pelo turismo, quer pela crescente exigência em matéria de boas práticas ambientais por parte dos turistas, em particular nas novas modalidades de turismo e por turistas mais exigentes, quer pela correspondente necessidade de resposta da oferta em acompanhar novas tendências e em responder a directivas europeias e mundiais de carácter ambiental para o sector.
Este contexto implica que os profissionais do turismo possuam um leque de conhecimentos e competências no campo das ciências do ambiente, de modo a que possam perceber, actuar e transmitir ao turista, novas formas de estar conducentes a uma postura mais sustentável da actividade. Este trabalho é fundamental em qualquer actividade e em qualquer componente do sistema turístico.
Por seu lado, o turismo é também um espaço privilegiado de educação ambiental, incentivando alterações nos comportamentos ambientais dos turistas, oferecendo uma nova percepção e uma maior consciencialização ambiental.

sábado, 13 de novembro de 2010

O aproveitamento alternativo dos espaços rurais e naturais

Os espaços rurais apresentam hoje sinais evidentes de profunda mutação. Por entre a morte anunciada de muitos dos sistemas produtivos tradicionais, surgem novas utilizações para os espaços mais ou menos desprovidos de gentes, mas onde despontam novas oportunidades. E isto quer se considerem os mecanismos de salvaguarda do património natural e construído que constituem as paisagens rurais, quer se considerem as oportunidades de negócio que vão surgindo aqui e ali para, precisamente, aproveitar aquelas paisagens e a cultura que lhes está subjacente.
Nestes espaços rurais considera-se também incluído os designados espaços naturais, que deles são parte integrante. No seu estado mais puro, há muito que os espaços naturais deixaram de existir nos países desenvolvidos, sentindo-se hoje a influência da intervenção humana um pouco por todos os territórios, directa ou indirectamente. Na realidade, trata-se de áreas que importa proteger e conservar, já pela sua maior sensibilidade, já pelo património natural e paisagístico que ainda conservam. É a este conjunto que chamamos de espaços rurais e naturais. Nos últimos anos, têm-se multiplicado sobre estes espaços diversas experiências de actividades turísticas, mais ou menos bem sucedidas. Todavia, são muito mais as expectativas geradas nos responsáveis locais relativamente às possibilidades de desenvolvimento, tendo como força motriz este tipo de actividades. O turismo tem vindo a ser apresentado como a "porta de saída" para o desenvolvimento sócio económico de vastas regiões deprimidas.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Gestão Ambiental: um novo paradigma de desenvolvimento


A nova estratégia para a sustentabilidade assenta numa gestão ambiental que incorpora um conjunto de novas metodologias para racionalizar a gestão dos recursos e numa nova atitude, ambientalmente mais consciente, da sociedade e dos indivíduos face à organização da sociedade e dos comportamentos pessoais.

Assim, a aplicação de uma correcta gestão ambiental ao sector do Turismo ganha uma nova acuidade, dado que a gestão ambiental pressupõe um particular cuidado com a conservação dos ecossistemas que constituem a matriz onde se desenrolam as actividades turísticas e, por isso, a sua degradação produz um impacto não negligenciável sobre a procura turística. As consequências que o turismo pode ter sobre o ambiente não humano levam a que as acções dos agentes turísticos sejam cada vez mais escrutinadas. Dado que o sucesso da indústria turística depende em grande medida do uso ambiental natural, torna-se fundamental avaliar a ética dos agentes turísticos em relação ao ambiente. Com efeito, a conservação dos ecossistemas é particularmente importante no Turismo em Espaços Rurais e Naturais (TERN), que têm na natureza a sua matéria-prima de eleição e sofrem directamente com a degradação dos ecossistemas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sustentabilidade nos espaços rurais e naturais

Os espaços rurais caracterizam-se em geral por disporem de um interessante capital de recursos naturais e culturais que oferecem múltiplas oportunidades de utilização. O facto de existir diversidade e multiplicidade de oportunidades define, à partida condições propícias para um percurso de sustentabilidade. Para isso é necessário apostar na geração de actividades que se propiciem mutuamente. O risco estará nas incompatibilidade não estimadas, entre as actividades e os recursos ou entre diferentes actividades, pondo em causa a sustentabilidade dos percursos de desenvolvimento e, consequentemente, o percurso para a sustentabilidade.
Os atributos dos recursos naturais e culturais são em geral função da sua génese e da sua utilidade para fins específicos. Na génese estão incluídos factores diversos de localização e de caracterização estrutural e dinâmica. A utilidade considera-se sobretudo em relação ao valor que os recursos representam para as actividades humanas, nas suas várias vertentes.
Esta diversidade funcional dos espaços rurais, fundada no capital de recursos naturais e culturais com um potencial de utilização múltipla, é uma vantagem e uma oportunidade dos espaços rurais recentemente re-encontrada, e que se demonstra particularmente interessante do ponto de vista do turismo.
Embora, a oferta nacional esteja ainda longe de acompanhar a procura potencial, ou mesmo de a antecipar, em particular de mercados ainda não explorados, a observação das tendências mundiais demonstra que se trata de um mercado turístico diferente, com maiores exigências de qualidade e também com capacidade e disponibilidade para pagar essa mesma qualidade.
A sustentabilidade desta oportunidade turística no espaço rural depende de como se irá conceber este tipo de turismo e o que se irá fazer para o incentivar, o promover e o consolidar-