terça-feira, 30 de novembro de 2010

Combate à Desertificação

A desertificação constitui um motivo real de preocupação para diversos países, entre os quais se encontra Portugal.
A ameaça de desertificação está hoje claramente associada às alterações climáticas. Mas a desertificação não pode ser entendida como um mero fenómeno biofísico. Está normalmente também associada à regressão demográfica e aos usos do solo. Estes vários factores interagem e agravam-se mutuamente nas suas consequências. Há por isso que encontrar formas de mitigar os efeitos dos dos fenómenos climáticos, adaptando as actividades humanas ao território e mantendo níveis e modos de utilização compatíveis com a conservação e valorização dos recursos naturais e territoriais. O combate à desertificação é, por isso, também um problema de ordenamento do território.
Os vários cenários prospectivos para a evolução das condições climáticas do País apontam, ainda que em grau diverso, para o risco de redução da produtividade do solo, com as consequências que daí advêm para a sustentabilidade das actividades económicas e para o povoamento do território. Além das áreas do País em que a desertificação já constitui uma ameaça identificada há várias décadas, outras há que normalmente não associamos a esse fenómeno mas que hoje também começam a estar em risco.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Conferência Temática






A direcção da Associação de Desenvolvimento Local Terras da Beira convida todos os interessados para a conferência temática, a realizar no dia 28 de Novembro, pelas 15:30, no Salão da Junta de Freguesia de Marialva.


A sessão contará com a presença da Socióloga Paula Reis (Universidade de Évora), que irá proferir a apresentação de um estudo científico levado a cabo durante o ano de 2009 e 2010, intitulado "Turismo, um caminho para o Desenvolvimento Local" - Circuitos Turísticos nas Aldeias Históricas de Portugal de Trancoso e Marialva.

domingo, 21 de novembro de 2010

Formação ambiental vs turismo

O turismo é uma actividade com inúmeras relações com o meio envolvente, sendo este último, simultâneamente, objecto da actividade turística e alvo directo e indirecto dos seus impactes. Muitos desses impactes advêm de um modelo de funcionamento que se afastou de princípios ambientais e de uma formação de profissionais que não contemplou suficientemente este tipo de aspectos.
De um modo geral, tem-se verificado uma alteração na forma de usufruto dos recursos ambientais pelo turismo, quer pela crescente exigência em matéria de boas práticas ambientais por parte dos turistas, em particular nas novas modalidades de turismo e por turistas mais exigentes, quer pela correspondente necessidade de resposta da oferta em acompanhar novas tendências e em responder a directivas europeias e mundiais de carácter ambiental para o sector.
Este contexto implica que os profissionais do turismo possuam um leque de conhecimentos e competências no campo das ciências do ambiente, de modo a que possam perceber, actuar e transmitir ao turista, novas formas de estar conducentes a uma postura mais sustentável da actividade. Este trabalho é fundamental em qualquer actividade e em qualquer componente do sistema turístico.
Por seu lado, o turismo é também um espaço privilegiado de educação ambiental, incentivando alterações nos comportamentos ambientais dos turistas, oferecendo uma nova percepção e uma maior consciencialização ambiental.

sábado, 13 de novembro de 2010

O aproveitamento alternativo dos espaços rurais e naturais

Os espaços rurais apresentam hoje sinais evidentes de profunda mutação. Por entre a morte anunciada de muitos dos sistemas produtivos tradicionais, surgem novas utilizações para os espaços mais ou menos desprovidos de gentes, mas onde despontam novas oportunidades. E isto quer se considerem os mecanismos de salvaguarda do património natural e construído que constituem as paisagens rurais, quer se considerem as oportunidades de negócio que vão surgindo aqui e ali para, precisamente, aproveitar aquelas paisagens e a cultura que lhes está subjacente.
Nestes espaços rurais considera-se também incluído os designados espaços naturais, que deles são parte integrante. No seu estado mais puro, há muito que os espaços naturais deixaram de existir nos países desenvolvidos, sentindo-se hoje a influência da intervenção humana um pouco por todos os territórios, directa ou indirectamente. Na realidade, trata-se de áreas que importa proteger e conservar, já pela sua maior sensibilidade, já pelo património natural e paisagístico que ainda conservam. É a este conjunto que chamamos de espaços rurais e naturais. Nos últimos anos, têm-se multiplicado sobre estes espaços diversas experiências de actividades turísticas, mais ou menos bem sucedidas. Todavia, são muito mais as expectativas geradas nos responsáveis locais relativamente às possibilidades de desenvolvimento, tendo como força motriz este tipo de actividades. O turismo tem vindo a ser apresentado como a "porta de saída" para o desenvolvimento sócio económico de vastas regiões deprimidas.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Gestão Ambiental: um novo paradigma de desenvolvimento


A nova estratégia para a sustentabilidade assenta numa gestão ambiental que incorpora um conjunto de novas metodologias para racionalizar a gestão dos recursos e numa nova atitude, ambientalmente mais consciente, da sociedade e dos indivíduos face à organização da sociedade e dos comportamentos pessoais.

Assim, a aplicação de uma correcta gestão ambiental ao sector do Turismo ganha uma nova acuidade, dado que a gestão ambiental pressupõe um particular cuidado com a conservação dos ecossistemas que constituem a matriz onde se desenrolam as actividades turísticas e, por isso, a sua degradação produz um impacto não negligenciável sobre a procura turística. As consequências que o turismo pode ter sobre o ambiente não humano levam a que as acções dos agentes turísticos sejam cada vez mais escrutinadas. Dado que o sucesso da indústria turística depende em grande medida do uso ambiental natural, torna-se fundamental avaliar a ética dos agentes turísticos em relação ao ambiente. Com efeito, a conservação dos ecossistemas é particularmente importante no Turismo em Espaços Rurais e Naturais (TERN), que têm na natureza a sua matéria-prima de eleição e sofrem directamente com a degradação dos ecossistemas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sustentabilidade nos espaços rurais e naturais

Os espaços rurais caracterizam-se em geral por disporem de um interessante capital de recursos naturais e culturais que oferecem múltiplas oportunidades de utilização. O facto de existir diversidade e multiplicidade de oportunidades define, à partida condições propícias para um percurso de sustentabilidade. Para isso é necessário apostar na geração de actividades que se propiciem mutuamente. O risco estará nas incompatibilidade não estimadas, entre as actividades e os recursos ou entre diferentes actividades, pondo em causa a sustentabilidade dos percursos de desenvolvimento e, consequentemente, o percurso para a sustentabilidade.
Os atributos dos recursos naturais e culturais são em geral função da sua génese e da sua utilidade para fins específicos. Na génese estão incluídos factores diversos de localização e de caracterização estrutural e dinâmica. A utilidade considera-se sobretudo em relação ao valor que os recursos representam para as actividades humanas, nas suas várias vertentes.
Esta diversidade funcional dos espaços rurais, fundada no capital de recursos naturais e culturais com um potencial de utilização múltipla, é uma vantagem e uma oportunidade dos espaços rurais recentemente re-encontrada, e que se demonstra particularmente interessante do ponto de vista do turismo.
Embora, a oferta nacional esteja ainda longe de acompanhar a procura potencial, ou mesmo de a antecipar, em particular de mercados ainda não explorados, a observação das tendências mundiais demonstra que se trata de um mercado turístico diferente, com maiores exigências de qualidade e também com capacidade e disponibilidade para pagar essa mesma qualidade.
A sustentabilidade desta oportunidade turística no espaço rural depende de como se irá conceber este tipo de turismo e o que se irá fazer para o incentivar, o promover e o consolidar-

domingo, 7 de novembro de 2010

Regionalização....

A Regionalização está intimamente ligada ao Ordenamento do território, encarado como quadro especial em que se definem as prioridades de investimento, devidamente articuladas com as potencialidades e carências regionais e locais. Trata-se ainda, da definição e planeamento das zonas de desenvolvimento urbano e das zonas de implantação de equipamentos sociais. Numa palavra, trata-se, basicamente, de equacionar problemas de implantação de infraestruturas. Tal equacionamento exige estudos técnicos interdisciplinares, de caracterização dos vários espaços alternativos. Para além desses estudos de base, outros, mais dinâmicos, esboçarão cenários evolutivos procurando medir o impacto da implantação (ou não) das infraestruturas.
Pensamos que a nível técnico se dispõe já de um conjunto de estudos que representa uma boa base de partida. Pelo menos, da parte das pessoas que vivem no interior, como é o meu caso, existe a expectativa que tais estudos que existem passem a ser utilizados e que, portanto, o problema é sobretudo de falta de acção e coragem política para passar à prática.
Temos consciência, e penso que existe neste particular um amplo consenso, de que se trata de questões delicadas e complexas que não têm solução de um momento para o outro, pois estão em causa transformações estruturais. O mais importante é que o processo de Regionalização se inicie com clareza e coerência, de modo a poder ganhar uma dinâmica auto-sustentada.
Concretizar a Regionalização exige do poder central que esteja disposto a partilhar o poder, a devolver às populações a autonomia de tomarem o seu destino nas próprias mãos. Não é fácil, mas é indispensável para que, em nome daquilo a que políticos chamam "interesse" ou "dificuldades" nacionais, o país real não fique mais pobre e não sejam as populações, até agora mais sacrificadas, a continuar a empobrecer, a serem portugueses de 2ª ou de 3ª só porque nasceram em determinada zona ou região e dela cada vez podem menos sair à procura de melhor vida. Só haverá desenvolvimento real da economia produtiva do país, na medida em que, cada região aproveite as suas potencialidades e as suas especializações. Para as regiões do interior, tal só é possível quebrando-se o círculo vicioso do subdesenvolvimento através de um esforço de investimento devidamente planeado e actuando numa frente ampla de factores que nos bloqueiam.
O futuro pertence-nos, mais do que o passado, mas só se for diferente, porque a memória nós temos e o que nos falta são novos horizontes, novas mentalidades e novas estruturas produtivas.

sábado, 6 de novembro de 2010

Turismo em espaços rurais e naturais

A procura turística em espaços rurais multiplica-se sucessivamente, ano após ano, em diversos formatos. Nuns casos verifica-se a conquista dos valores culturais e naturais existentes, e a adaptação da procura à oferta autóctone, mais ou menos valorizada. Noutros observa-se a transformação do território, para responder a modelos estereotipados, que ficam bem, ou mal, em qualquer lado. São dois modelos, entre outros, que poderão ter objectivos de desenvolvimento turístico distintos, mas que tipicamente respondem a estratégias de desenvolvimento diferentes.
É preciso discutir o que se quer e apontar pistas e caminhos que valorizem o potencial turístico oferecido pelos espaços rurais e naturais de Portugal, ainda tão cheio de oportunidades, mas também tão ameaçado pelos mais diversos riscos: de intervenção acelerada ou abandono chocante. A importância da potenciação turística destes espaços reside a todos os níveis e poderá satisfazer todas as vertentes de sustentabilidade: ambiental, social, económica.
Torna-se indiscutível o potencial do turismo como actividade económica no percurso da sustentabilidade dos espaços rurais e naturais!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Projecto das Aldeias Históricas de Portugal

Algumas regiões do interior de Portugal, como é o caso da Região Centro conheceram e continuam a sofrer de problemas de grande enfraquecimento gradual da sua capacidade produtiva, de envelhecimento e desertificação populacional.
Os espaços de baixa densidade são parte essencial da coesão territorial e social do país, são espaços de articulação nacional, lugares de acesso de uma fracção importante da população à serviços universais e aos padrões do bem-estar colectivo e localizações relevantes de recursos naturais, culturais e patrimoniais, estes últimos vectores encontram-se na base para a afirmação do Programa das Aldeias Históricas de Portugal, que, tornaram possível que os vários agentes locais se interligassem para uma dinâmica local direccionada para a promoção e desenvolvimento.
Em termos de objectivos o presente programa assentava num primordial objectivo, que se prendia em travar problemas do interior, como é a desertificação humana, consequentemente o envelhecimento, a fraca capacidade produtiva e empreendedora da região, entre outras questões que comprometiam seriamente o desenvolvimento local e regional.

O Programa de Recuperação das Aldeias Históricas, inserido no Programa de Promoção do Potencial de Desenvolvimento Regional, tal como a própria data indica foi criado no decorrer do Quadro Comunitário de Apoio II (1994-1999) e aprofundado durante o III QCA (2000-2006),
O Programa de Recuperação das Aldeias Históricas iniciou-se em 1995, com a intervenção na Região da Beira Interior, em 10 Aldeias (Almeida, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão e Sortelha), estas distinguidas e classificadas como “Aldeias Históricas de Portugal”, pela sua diversidade em termos cultural, riqueza do seu património e a força das suas vivências e tradições singulares. Em 2003, esta “riqueza” aumentou para 12 aldeias, com a entrada de Trancoso e Belmonte, tornando-se num forte atributo para a região, assumindo-se todo o seu espólio numa fonte de riqueza da identidade nacional, merecendo por isso a sua valorização e promoção.
A recuperação das Aldeias Históricas de Portugal propôs-se concorrer para atenuar aqueles problemas e contribuir para vencer um dos principais desafios que o país tem enfrentado – o reforço da coesão económica e social.