terça-feira, 22 de março de 2011

Turismo Rural VS Desenvolvimento Rural

O Turismo Rural constitui, quando bem estruturado, uma actividade de considerável importância no desenvolvimento económico e social do país, que se quer cada vez mais forte e coesa, com reflexos visíveis ao nível do desenvolvimento local.
O Turismo Rural apresenta-se, também, como uma óptima contribuição no combate ao êxodo rural, um fenómeno que constitui um flagelo para a desertificação do Interior e meios não urbanos.
O desenvolvimento do Turismo Rural, constitui para os municípios do interior, sobretudo os de montanha, sendo áreas deprimidas ou fragilizadas, uma oportunidade importante como forma de estabilizar, criar empregos e conseguir a revitalização da economia local pela potenciação de um conjunto de serviços que, directa ou indirectamente, são accionados, como alojamento, o comércio tradicional, o artesanato e a gastronomia.
Pode-se, assim, afirmar que o turismo rural não só é um contributo para a qualidade de vida das populações urbanas, mas também uma possibilidade para a sobrevivência de determinadas zonas rurais. As políticas de desenvolvimento rural assumem um papel fundamental no progresso coerente e sustentável das zonas rurais.

domingo, 13 de março de 2011

Os nossos espaços rurais...


A situação de declínio que se verifica em muitos espaços rurais, sobretudo em zonas periféricas resulta da perda de capacidade competitiva das actividades tradicionais e de políticas de desenvolvimento regional ineficazes. Isso reflecte-se na perda e no envelhecimento demográfico, no empobrecimento económico, no abandono de actividades agro-silvo-pastoris, com consequente deterioração do património cultural, natural e paisagístico.
A perda de competitividade de muitos espaços rurais ficou a dever-se à introdução de novos factores de produção na agricultura, promovidos por políticas públicas de incentivo, como é disso exemplo a PAC. Estas mudanças provocaram mudanças nos espaços rurais, pois a produção em massa e a consequente descida dos preços estiveram na origem das actuais tendências, sobretudo nos territórios onde os factores naturais e humanos não permitiram assegurar os necessários níveis de competitividade. As actuais políticas de desenvolvimento pugnam pela diversificação de actividades e pela multifuncionalidade dos espaços rurais. A estratégia de diversificação económica, as políticas de desenvolvimento inspiram-se num modelo territorialista, que assenta na rentabilização das potencialidades endógenas e num maior envolvimento das entidades locais no processo de desenvolvimento.

terça-feira, 8 de março de 2011

Novos produtos turísticos

O turismo deve ser entendido na perspectiva de que não existe produto turístico, mas sim uma grande variedade de serviços que concorrem para a satisfação do turista. Sendo neste, sentido que o investimento na oferta turística deverá ser realizado com o intuito de deixar satisfeitos todos aqueles que usufruem dos seus serviços.
O turista, como consumidor que é, cada vez mais exigente, e procura serviços que correspondam às suas necessidades, motivações e desejos.
Deseja obter o maior proveito e utilidade do seu tempo e do seu dinheiro, isto é, procura acima de tudo satisfação pessoal, onde são fundamentais a animação, diversão, o descanso e o exercício físico.
As motivações do turista de hoje assentam essencialmente em novos interesses "não-materiais", como a cultura, a natureza, a aventura e o lazer. Actualmente existe a necessidade de fugir ao quotidiano, de sentir-se importante como indivíduo, de reencontrar-se com algo perdido, a Natureza, que juntamente com o interesse de ocupar o tempo livre de uma maneira activa, criativa e com uma certa dose de aventura, obriga a procurar actividades novas.
O território português é um espaço reconhecidamente diversificado, possibilitando a criação de um leque bem variado de alternativas ao turismo tradicional e massificado, que não podem deixar de ser desenvolvidas.
Não devem deixar de ser desenvolvidos, porque os objectivos de qualquer região que pretenda ser uma referência turística, deve ser: afirmar-se como destino turístico; aumentar o número de turistas; aumentar o tempo de estadia; elevar o gasto médio do turista; diminuir a sazonalidade; melhorar o profissionalismo e afirmar uma cultura de hospitalidade; aumentar o emprego em actividades relacionadas com o turismo.
Para alcançar estes objectivos, é necessário apostar em melhorar, sem dúvida nenhuma, a qualidade e diversificar a oferta.
Algumas regiões, nomeadamente as do interior, pelas suas especificidades, têm de se afirmar como destinos turísticos alternativos, pois possuem capacidade de oferta reduzida no contexto da oferta concorrente (sol e praias), não podendo e não devendo por isso competir pela quantidade mas sim pela qualidade.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Desenvolvimento Local & Turismo

Nos últimos anos a ruralidade sofreu algumas contrariedades, que alteraram a sua estrutura e todo o seu processo de desenvolvimento. Perante esta constatação é fundamental, no século XXI, preconizá-la através de processos de desenvolvimento “bottom-up” adequados à especificidade dos locais, em que não existe um único processo de desenvolvimento, mas tantos quantos os locais existentes. Sendo, difícil traçar uma definição do conceito de desenvolvimento local, pela variedade de experiências existentes, tornando-se impossível integrar todas as experiências apenas num conceito, pois é um processo de transformação e mudança. Considero, que, parte da existência de necessidades não satisfeitas a que se procura responder, antes demais a partir das capacidades locais mas articulando-as com os recursos exógenos numa perspectiva de fertilização mútua. Numa lógica integrada, que deve ser construída com a participação das populações locais e dos seus actores, os quais poderão definir melhor que ninguém quais os seus principais problemas, que estratégias adoptar e operacionalizá-las, conjugando a mobilização dos seus recursos endógenos e o estabelecimento de parcerias entre os diferentes actores locais. Assim, se passa também com o turismo que constitui uma forma de aproveitamento dos recursos próprios do território, assumindo-se como uma das actividades que melhor pode aproveitar os recursos dos territórios e constituir-se num importante factor de desenvolvimento, dependendo das especificidades de cada região e da maior ou menor relevância que lhe é atribuída.
Sendo necessário, prestar bastante atenção com a actividade turística, na medida em que as possibilidades não são idênticas para todas as regiões e, por essa razão, nem todas podem basear no turismo o seu desenvolvimento. Para algumas o turismo assume uma importância vital, para outras é um factor de desenvolvimento e para outras, ainda, constitui um mero co-adjuvante, com maior ou menor expressão consoante as condições existentes.

terça-feira, 1 de março de 2011

O sector leiteiro na região

Portugal, país de constrastes, mas de uma regularidade atroz no lugar que ocupa em relação aos países europeus no aspecto de produção de leite, produz uma quantidade ridícula deste produto, colocando-se nos últimos de Europa o que se traduz na capitação anual no atraso da nossa artesanal indústria de lacticínios, salvo pequenas excepções.
Esta decrépita situação deve-se em muito às improvisações e caprichos duma política leiteira que nunca existiu e por isso mesmo foi seguida durante anos pelos seus "mentores".
Cabe aqui citar que a Beira Interior foi orientada nessa política leiteira, assim dever-se-á aproveitar melhor a Cova da Beira e afluentes com vista ao aumento do efectivo leiteiro.
Mas fica a seguinte pergunta: o que irá suceder ao que resta do sector de leite da região nos próximos anos?