domingo, 25 de abril de 2010

Casamento do turismo & desenvolvimento


O contacto com as entidades do poder local da minha região, nos últimos anos, leva-me a expor e destacar o frequente registo que o casamento do turismo com o desenvolvimento e a presunção do mesmo como o casamento ideal, que segundo os principais agentes das entidades, anunciam que tem tudo para dar certo, o que vêm ganhando no universo verbal dos responsáveis da administração pública local a par do exemplo que se regista a outros níveis - regional, nacional e comunitário respectivamente.
Vive-se numa atmosfera generalizada e elevada confiança que permeia o discurso dos autarcas sobre as virtualidades do turismo para alcançar a superação dos muitos e graves problemas com que a região no seu todo e cada um dos seus concelhos em concreto se enfrentam. A tal ponto, que poucos são, hoje, os que se atrevem a visualizar futuros de desenvolvimento local que não tinham por turbina, por locomotiva, o turismo, menos ainda os que concebem à revelia deste.

A preferência pelo turismo declarada pelos autarcas tem, aliás, vindo a constituir-se num dos denominadores mais comuns do discurso e da prática dos autarcas portugueses, em especial dos das regiões do interior. Fico ainda mais incrédula quando estes agentes confundem entre recurso, isto é, entre matéria-prima, e produto turístico. Com efeito, nas nossas conversas a generalidade dos autarcas identifica muitos recursos, muitas possibilidades, mas nem todos parecem ter claro o quê e como fazer para converter esses recursos num produto turístico definido.

sábado, 24 de abril de 2010

Que caminhos...???

Por questões de ordem estrutural e, acima de tudo, por falta de empenho político, vastos territórios rurais de todo o interior foram deixados à margem, excluídos das agendas e das dinâmicas de desenvolvimento concretizadas ao longo dos últimos anos, e convertidos em meros reservatórios de recursos materiais, recrutados/recrutáveis para sustentar os processos de crescimento económico de sede urbana e litoral.
As tendências emergentes de revalorização do rural e do natural animam, por sua vez, a formação e o fortalecimento da convicção de que o turismo pode constituir um instrumento eficaz para se lograr a revitalização e a recomposição dos territórios em depressão.
Será que podemos ir pelo turismo?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Competitividade & Conhecimento

Portugal atravessa uma fase de grande desafio e mudança. Verificaram-se, nas últimas décadas, inegáveis progressos na qualidade de vida dos portugueses, realizaram-se importantes obras de infra-estruturas, modernizou-se a económica. Contudo, o ritmo de convergência com a União Europeia abrandou e as disparidades regionais ainda são demasiado importantes. A economia cresceu com um contributo importante do consumo interno, satisfeito por crescentes importações. Portugal precisa, assim, de dar saltos qualitativos no processo de desenvolvimento, de qualificar o seu capital humano, de crescer com base numa gestão mais eficiente das contas públicas e da política de investimento, com melhor desempenho do tecido económico, apostando nas exportações. O desafio da competitividade coloca-se, pois, à Economia Portuguesa. É necessária uma política exigente de optimização dos recursos públicos, de investimento no conhecimento e saber, na reestruturação e ganhos de produtividade das empresas, na procura de novos e melhores mercados. Este desafio será bem sucedido se for acompanhado de um maior equilíbrio entre regiões e territórios e de aumento de bem-estar das suas populações.