segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Práticas e lugares....

O turismo, forma de ocupação dos tempos livres, tempos libertos do trabalho, dos cuidados pessoais e das obrigações familiares e sociais, é hoje considerado um direito, quase uma necessidade básica, vital, entre as populações do mundo ocidental desenvolvido. Estas dispõem para tal de níveis de rendimentos elevados, tempos de trabalhos reduzidos, férias anuais e feriados pagos, por vezes também subsídios de férias, facilidades de deslocação e de circulação, segurança social, acesso a informação e a ofertas turísticas múltiplas e diversas. Por outro lado, tais populações são portadoras de valores culturais de liberdade individual, de democratização, de "direito à preguiça", ao repouso e ao prazer, de encontro com o Outro e reencontro consigo próprias, de realização pessoal, de descanso, recreio, evasão, animação e até mesmo de sonho e ilusão, de aventura, de busca do tido como autêntico , insólito, único....e, também, direito de vazio, de isolamento e solidão, mesmo se no meio de multidões desconhecidas e anónimas.
O turismo exprime, com efeito, uma nova relação com o tempo, com o espaço, com os lugares e com o corpo, novas estruturas e relações sociais, essencialmente efémeras, novas liberdades, incluindo a de escolha dos lugares de vida, mesmo se temporários. Assim se criam novas oportunidades regionais e locais e se alimentam novas dinâmicas de desenvolvimento.

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