quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Turismo sustentável

A sustentabilidade, que alguns estudiosos já designaram de " a quadratura do círculo", ao postular a simultaneidade da rentabilidade económica, equidade social e preservação dos ecossistemas, é um desafio que as populações locais enfrentam, dispondo actualmente de um conjunto de instrumentos onde a tradição materializada pelas especificidades locais e a inovação, produto do partenariado local com os poderes públicos e a comunidade científica, se torna hoje possível pela profunda alteração do perfil dos visitantes. Da valorização da gastronomia, da centralidade do contacto com a natureza, de um outro olhar sobre o outro, têm vindo a ser cada vez melhor sucedidas as experiências de desenvolvimento que articulam a tradição e inovação. Dos itinerários temáticos, integrados e específicos, da multiplicidade de formas de alojamento em espaço rural, das experiências de educação ambiental, as receitas estão aí, para serem bem sucedidas ou fracassarem, tanto pelo (des)envolvimento local, como pela verticalização da economia, ou pela promissora tensão entre a globalização e o reforço (reconstrução) das identidades locais.
Num mundo de profecias não cumpridas, tenhamos a humildade de aprender com o terreno e afirmar que a sustentabilidade não é um processo fácil. É possível, ou como afirmou um grande cientista desta área, refiro-me a Marie-Françoise Lanfant, "que o impossível se torne provável".

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