domingo, 17 de outubro de 2010

Gestão territorial

Pensamos que o desenvolvimento é antes de tudo, uma questão de disposição de espírito, de tomada geral de consciência de uma situação desfavorável e do desejo profundo de sair dela. As formas imediatistas e individuais, encontradas pela população das zonas do interior, para sair da situação de atraso (a emigração e o êxodo rural) estão esgotadas. Este processo e as suas consequências foram acentuadas por uma política económica decidida e programa a nível central , sem ter em conta as diferentes características, potencialidades e interesses das regiões. Hoje perante a situação em que o país se encontra de insuficiente, descoordenado e desigual desenvolvimento económico e social, impõem-se transformações profundas que alterem este quadro.
Consideramos que a questão de fundo é a da incapacidade de gestão e a falta de adequado planeamento das actividades económicas e sociais. A gestão, para além das condicionantes políticas, aprende-se nas escolas e no enquadramento funcional das estruturas produtivas. Na aprendizagem da gestão vale a pena investir em força e com prioridade. Investir na formação académica e na reciclagem, na articulação e complementariedade das escolas com as empresas. Simultâneamente importa redistribuir mais equilibradamente o capital de gestão, entre o litoral e o interior, através de políticas concretas e estímulos de fixação de gestores e técnicos no interior. Só partindo da mudança qualitativa dos recursos humanos, se poderá operar a mudança das estruturas produtivas, melhorar o nível de criação de riqueza e respectiva distribuição.
Todas estas questões estão subjacentes a uma estratégia de desenvolvimento regional, numa estreita ligação ao ordenamento do território encarado como quadro espacial em que se definam as prioridades de investimento, devidamente articuladas com as potencialidades e carências regionais e locais.

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