quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Planeamento regional

Em todas as esquinas da sociedade se fala em planeamento! Mas afinal que produto é este? Aonde se aplica? O que implica? Quem pode fazer uso? etc, etc...! Muito simples: planear consiste em impulsionar o desenvolvimento, não apenas como crescimento económico traduzido na frieza dos números, mas, sobretudo, como um processo cumulativo de mudança e evolução social que abrange igualmente dimensões culturais, qualidade de vida, alternativas de utilização dos meios de produção, aplicação dos recursos escassos....
O planeamento, seja nacional ou regional, tem que se apoiar em estudos interdisciplinares que contemplem os múltiplos aspectos da realidade, a serem realizados por equipas de técnicos: economistas, geógrafos, sociólogos, arquitectos, engenheiros, especialistas dos vários ramos de produção...de modo a que, a um equilíbrio espacial corresponda um equilíbrio de género de vida, traduzido pela dimensão humana do espaço habitável, do equilíbrio ecológico, prosseguindo-se a plena utilização das potencialidades de cada região.
Em termos práticos e de balanço do que tem sido feito, temos que reconhecer que a nossa região, e de um modo geral todo o país, está tudo muito turvo! No que diz respeito à recolha de informação e seu estudo, é um facto que está muito disperso e descoordenado. Quase sempre os estudos e análises ficam fechados e propriedade material dos serviços e entidades, em vez de serem devidamente divulgados e passarem a ser propriedade intelectual de toda a população.
Mas poder-se-á afirmar: não chega só estudar os problemas, fazer relatórios, publicar documentos; tal afirmação é, evidentemente, verdadeira, embora no caso dos estudos serem concretos, correctamente elaborados e serem amplamente divulgados, constituem um passo importante para as acções correctas.
Contudo, perante os estudos e documentação produzida sobre os problemas da Beira Interior, reconhecemos que se torna indispensável e prioritário que, quer a continuação dos estudos quer a acção concreta do planeamento e intervenção sejam coordenadas de modo a integrar os meios e os objectivos dos vários serviços públicos e entidades privadas.
Tal coordenação pressupõe a existência de órgãos de planeamento a nível regional que dêem coerência e sentido global ao conjunto de acções concretas.
Sem a existência destes mecanismos todos os esforços e "boas" intenções não terão devido suporte orgânico e coordenador que faça avançar em vez de se estar sempre a bater na tecla da crítica, nem sempre bem fundamentada ou autorizada. Para quando a Regionalização efectiva dos Serviços e Órgãos de Planeamento?
Desenvolvimento regional que fazer? Que produzir? Como produzir? Que benefícios regionais da produção? Tais interrogações produzem aspectos básicos do diagnóstico produtivo que é indispensável concretizar, com vista ao mais correcto aproveitamento das especializações naturais de cada região.

Sem comentários:

Enviar um comentário