Poeta, Profeta e Sapateiro
Uma figura mítica do Concelho de Trancoso, nasceu no início do século XVI presumindo-se em 1500. Segundo os dados disponibilizados, terá nascido em berço rico, no entanto, perdida a fortuna em ignotas empreitadas, para fazer face à sua pobreza tomou o ofício de sapateiro de correia (fabricava e remendava calçado).
Devido às trovas que escreveu,acabou por ser perseguido pela Inquisição, pois, a população judaica alvoroçou-se com a vinda do Messias e, que à sua maneira interpretavam as coplas do profeta. Consequentemente Bandarra, acabou por ser preso em Trancoso e remetido para as casas do despacho da Santa Inquisição (Lisboa). No decorrer dos interrogatórios não se conseguiu comprovar a sua ascendência judaica. Do auto que lhe foi lido, foi proibido de responder ou escrever em nenhuma coisa da Sagrada Escritura, nem a ter nenhuns livros da mesma! Regressou a Trancoso, no entanto, não se sentindo segurança nesta terra, foi esconder-se entre montanhas no lugar de Nogueirão (próximo da Aldeia Velha), a cerca de nove quilómetros de Trancoso, alguns anos depois, Bandarra deixou o seu esconderijo e regressou a Trancoso,aonde viveu até à sua morte que data 1545. Dita a tradição, que morreu pobre e sustentado por duas filhas e, por uma companheira, da qual não reza a História. Muitas das suas profecias foram referenciadas e continuam a ser, Fernando Pessoa afirmou: "(...) O Bandarra, símbolo eterno do que povo pensa de Portugal (...) o Futuro de Portugal - que não calculo mas sei - está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra.
Sou sapateiro, mas nobre
Com bem pouco cabedal;
E tu, triste Portugal,
Quanto mais rico, mais pobre
Posteriormente, foi seguido por figuras de enorme relevo da cultura portuguesa, tais como: Fernando Pessoa, Padre António Vieira, Agostinho da Silva entre outros.
Em dois sítios me achareis
Por desgraça ou por ventura
Os ossos na sepultura
A alma, nestes papéis
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