sexta-feira, 24 de julho de 2009

As aldeias raianas.....

O desenvolvimento local assume-se como uma peça crucial para as regiões do interior do nosso país, como é o caso da Região Centro, tal como outras regiões, continua a sofrer do grande problema que é a desertificação humana.
Os espaços de baixa densidade são parte essencial da coesão territorial e social do país, são espaços de articulação nacional, lugares de acesso de uma fracção importante da população nacional à serviços universais e aos padrões do bem-estar colectivo e localizações relevantes de recursos naturais, culturais e patrimoniais. Os últimos vectores encontram-se na base para a afirmação do Programa das Aldeias Históricas de Portugal, uma enorme diversidade em termos culturais (tradições e actividades), paisagísticos e o património construído tornam possível que os vários agentes locais se interligassem para uma dinâmica local direccionada para a promoção e desenvolvimento. No caso das Aldeias Históricas é bem patente a importância que teve todo o envolvimento na recuperação de aglomerados que ao longo de séculos, perderam protagonismo tanto na sua vertente administrativa como em termos defensivos em que, perante novos modelos de desenvolvimento acabaram por perder importância económico-estratégica.
O Programa de Recuperação das Aldeias Históricas desenvolveu-se em 12 aldeias do interior raiano um conjunto de intervenções em Almeida, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha, Belmonte e Trancoso.
Essas intervenções revestiram inicialmente, como se justificava, um carácter essencialmente infraestrutural, isto é, de recuperação de fachadas e telhados das habitações, requalificação urbanística, melhoria das acessibilidades, recuperação e beneficiação de monumentos. Um investimento correspondente a 35 milhões de euros! O que falhou neste programa que projectava ser uma mais valia para as populações locais? Que papel os agentes locais privados e públicos devem tomar para inverter os dados estatísticos que estas aldeias são alvo?
Parece que em primeiro plano o interior, antes de tudo, precisa de se afirmar como identificação territorial, cultural e social e apostar convictamente na valorização do seu património endógeno. Porque, no passado, nesta matéria, fizeram-se pequenas e desacreditas acções de índole folclórica e sem investimento crítico e estruturante.

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