segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Turismo e a sustentabilidade das áreas rurais: O caso do Inteiror das Beiras


Actualmente, os agentes públicos e privados no desenvolvimento do território rural de Portugal colocam muitas expectativas nos contributos do turismo para a concretização deste objectivo. Porém, tem-se reflectido muito pouco nas condições de base necessárias para garantir a viabilidade do desenvolvimento do turismo em espaços rurais e naturais. O despovoamento, o abandono das actividades agrárias tradicionais sem alternativas, o estado descaracterizado e degradado das paisagens com a consequente e cada vez mais grave recorrência de fogos florestais, como é o caso da maior parte das regiões do interior das Beiras, inviabiliza, nos territórios com estas caracteristicas, qualquer processo de desenvolvimento turístico sustentado, problema que tem de encontrar as soluções adequadas.
Se não é viável promover o turismo numa situação tão degradada da paisagem dos espaços rurais e naturais, então estamos, em termos de desenvolvimento, perante um círculo vicioso que é imperioso reconhecer e denunciar, pois o não reconhecimento de um problema nunca permitirá a sua resolução.
A promoção do turismo nestes espaços só será possível após a diminuição drástica da ameaça dos fogos florestais e da ocorrência dos grandes incêndios e depois de feita a recuperação dos valores naturais e das paisagens, em especial as que enquadram os equipamentos turísticos, os sítios com maiores potencialidades em património construído e natural, bem como os respectivos acessos.

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