domingo, 25 de abril de 2010

Casamento do turismo & desenvolvimento


O contacto com as entidades do poder local da minha região, nos últimos anos, leva-me a expor e destacar o frequente registo que o casamento do turismo com o desenvolvimento e a presunção do mesmo como o casamento ideal, que segundo os principais agentes das entidades, anunciam que tem tudo para dar certo, o que vêm ganhando no universo verbal dos responsáveis da administração pública local a par do exemplo que se regista a outros níveis - regional, nacional e comunitário respectivamente.
Vive-se numa atmosfera generalizada e elevada confiança que permeia o discurso dos autarcas sobre as virtualidades do turismo para alcançar a superação dos muitos e graves problemas com que a região no seu todo e cada um dos seus concelhos em concreto se enfrentam. A tal ponto, que poucos são, hoje, os que se atrevem a visualizar futuros de desenvolvimento local que não tinham por turbina, por locomotiva, o turismo, menos ainda os que concebem à revelia deste.

A preferência pelo turismo declarada pelos autarcas tem, aliás, vindo a constituir-se num dos denominadores mais comuns do discurso e da prática dos autarcas portugueses, em especial dos das regiões do interior. Fico ainda mais incrédula quando estes agentes confundem entre recurso, isto é, entre matéria-prima, e produto turístico. Com efeito, nas nossas conversas a generalidade dos autarcas identifica muitos recursos, muitas possibilidades, mas nem todos parecem ter claro o quê e como fazer para converter esses recursos num produto turístico definido.

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