domingo, 7 de novembro de 2010

Regionalização....

A Regionalização está intimamente ligada ao Ordenamento do território, encarado como quadro especial em que se definem as prioridades de investimento, devidamente articuladas com as potencialidades e carências regionais e locais. Trata-se ainda, da definição e planeamento das zonas de desenvolvimento urbano e das zonas de implantação de equipamentos sociais. Numa palavra, trata-se, basicamente, de equacionar problemas de implantação de infraestruturas. Tal equacionamento exige estudos técnicos interdisciplinares, de caracterização dos vários espaços alternativos. Para além desses estudos de base, outros, mais dinâmicos, esboçarão cenários evolutivos procurando medir o impacto da implantação (ou não) das infraestruturas.
Pensamos que a nível técnico se dispõe já de um conjunto de estudos que representa uma boa base de partida. Pelo menos, da parte das pessoas que vivem no interior, como é o meu caso, existe a expectativa que tais estudos que existem passem a ser utilizados e que, portanto, o problema é sobretudo de falta de acção e coragem política para passar à prática.
Temos consciência, e penso que existe neste particular um amplo consenso, de que se trata de questões delicadas e complexas que não têm solução de um momento para o outro, pois estão em causa transformações estruturais. O mais importante é que o processo de Regionalização se inicie com clareza e coerência, de modo a poder ganhar uma dinâmica auto-sustentada.
Concretizar a Regionalização exige do poder central que esteja disposto a partilhar o poder, a devolver às populações a autonomia de tomarem o seu destino nas próprias mãos. Não é fácil, mas é indispensável para que, em nome daquilo a que políticos chamam "interesse" ou "dificuldades" nacionais, o país real não fique mais pobre e não sejam as populações, até agora mais sacrificadas, a continuar a empobrecer, a serem portugueses de 2ª ou de 3ª só porque nasceram em determinada zona ou região e dela cada vez podem menos sair à procura de melhor vida. Só haverá desenvolvimento real da economia produtiva do país, na medida em que, cada região aproveite as suas potencialidades e as suas especializações. Para as regiões do interior, tal só é possível quebrando-se o círculo vicioso do subdesenvolvimento através de um esforço de investimento devidamente planeado e actuando numa frente ampla de factores que nos bloqueiam.
O futuro pertence-nos, mais do que o passado, mas só se for diferente, porque a memória nós temos e o que nos falta são novos horizontes, novas mentalidades e novas estruturas produtivas.

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