
O condicionamento dos factores climatéricos revela-se por toda a Beira, como se disse, em diversas particularidades das edificações típicas.
Em revestimentos de paredes é frequente - e evidente - a preocupação de as proteger, bem como aos interiores que delimitam, contra os agentes climáticos de incomodidade e destruição.
Os parâmetros de telha de canudo, pregada ao alto sobre uma armação de madeira, são correntes e de elevada eficiência.
Nos telhados de telha vã, evita-se que o vento as desloque ou arranque, dispondo pedras sobre elas; e, nos de colmo, são diversos os pormenores reveladores de condicionamentos climáticos.
Certos elementos das construções fazem-se assim...porque o dinheiro não dá para mais, ou porque tem de se poupar para ocorrer a despesas essenciais. É o caso dos telhados de telha vã, sem qualquer protecção interior contra a entrada do vento e do frio pelas juntas das telhas e contra as perdas do calor das fogueiras em que se preparam as refeições. Atenuam-se, apenas, com práticas de acentuado primitivismo, justificadas, contudo, por esse baixo nível económico e pelo hábito tradicional do desconforto. Uma delas é não fazer chaminés para que o calor ( e o fumo também, infelizmente) se conserve mais tempo nas habitações; outra é reduzir ao mínimo a superfície das alcovas e não lhes abrir janelas para o exterior.
O granito é de todos esses materiais aquele em que a Natureza foi mais pródiga e generosa para os construtores da região. Pródiga pela abundância com que o fez aflorar em terras da Beira e generosa pelas qualidades excepcionais com que o dotou.
Fica o exemplo de uma casa tradicional de pequenos agricultores por terras da beira, que urge preservar estes testemunhos, até para comparar a evolução positiva.
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